segunda-feira, 8 de abril de 2013

Crianças e adolescentes consomem 21 kg de açúcar por ano em refrigerantes e sucos prontos


Crianças estão trocando água e leite por refrigerante e sucos prontos

Lembra da época em que só se tomava refrigerante nas festinhas de aniversário ou aos finais de semana? E aquela sensação gostosa de fazer uma pausa nas brincadeiras da infância, abrir a geladeira e tomar um refrescante copo de água bem gelada num dia quente? 

Infelizmente estes hábitos não fazem mais parte da rotina de muitas crianças e adolescentes. É o que descobriu um levantamento recente do Ministério da Saúde. A maioria deles está perdendo o hábito de tomar água e até mesmo leite, e toma sucos industrializados e refrigerantes ao longo do dia para matar a sede. 

O resultado é que crianças e adolescentes estão consumindo 21 quilos de açúcar por ano só em bebidas açucaradas. Se considerarmos apenas os adolescentes de 11 a 17, aí são 26 quilos de açúcar por ano em bebidas. A quantidade é 45% a mais do que eles poderiam consumir de açúcar em toda a sua alimentação, incluindo comidas e bebidas, para não prejudicar sua saúde.

Esse é um dos motivos pelos quais a obesidade infantil está aumentando de maneira alarmante: já é considerada uma epidemia. Uma em cada três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos está acima do peso ou obesa, de acordo com dados do Ministério da Saúde de 2009. 

Doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão, que até pouco tempo surgiam apenas na vida adulta, têm se tornando frequentes na infância. É um alerta para mães e pais repensarem os hábitos alimentares de toda a família, pela saúde dos seus filhos.

Quem acha que é mais saudável substituir o refrigerante pelo suco industrializado também se engana. Muitos sucos industrializados têm tanto açúcar quanto, e às vezes até mais que do que os refrigerantes. Ambos devem ser consumidos com moderação.


Apesar de conter frutas, o suco de caixinha têm tanto ou mais açúcar que o refrigerante

O aumento da publicidade voltada às crianças e alimentos industrializados a preços acessíveis contribuem para esses resultados. Muitos produtos atraem a atenção das mães com apelos como 'rico em ferro' e 'rico em vitaminas', dando a entender que não fazem mal à saúde, mesmo com a quantidade excessiva de açúcar.

A realidade é preocupante e revela uma necessidade urgente de mudanças de hábitos alimentares e políticas públicas para educar a população.

*Os dados são do primeiro estudo epidemiológico brasileiro, que avaliou o consumo de bebidas entre crianças e adolescentes de 3 a 17 anos em cinco capitais: São Paulo, Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. A pesquisa foi desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e do Instituto da Criança do HC.

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