Por volta dos dois anos, as crianças passam a selecionar e rejeitar mais os alimentos. Paciência e criatividade são o segredo para conquistá-las (Imagem: Hugh Miller / Saatchi Heckler) |
De acordo com os especialistas em alimentação infantil, o segredo para fazer seu filho comer melhor e de forma saudável está na persistência e na criatividade. O exemplo dos pais também é muito importante, mas ainda assim, nem sempre é fácil conquistar o paladar e o interesse das crianças para comer bem.
O pediatra Sergio Spalter, autor do blog "Cozinhando com o Dr. Spalter", dá dicas importantes sobre alimentação e nutrição infantil. Segundo ele, uma feliz coincidência é que por volta dos 2 anos a criança passa a estranhar alguns alimentos que antes aceitava normalmente. Mas nessa fase ela também começa a exercitar mais a fantasia. Portanto, trazer mais imaginação e diversão para a hora das refeições pode ajudar muito as mães que tentam a todo custo estimular os pequenos a comer melhor. Confira algumas dicas que separamos para você:
Legumes e verduras ajudam a compor carinhas divertidas com os alimentos |
Imagem: Edu Cesar/Fotoarena / Por: Chef Luana Budel - FAMESP |
1. Capriche na apresentação do prato: um prato bem colorido e decorado desperta o interesse e curiosidade das crianças. A vantagem é que quanto mais cores no prato (encontradas em diferentes legumes, verduras e grãos), mais chances de uma dieta mais nutritiva e equilibrada. Use sua a criatividade para fazer desenhos com os alimentos, como uma carinha onde o brócolis pode virar um cabelinho, o tomate pode ser cortado em forma de boca, e assim por diante.
2. Invista em alimentos pequenos: comidas em miniatura fazem com que as crianças sintam que aquilo foi feito só para elas. Mini-legumes, por exemplo, fazem muito sucesso com as crianças.
3. Evite bebidas durante a refeição: os líquidos ajudam a saciar a fome e assim os pequenos podem se desinteressar pelo alimento. Por isso, procure cortar sucos e água durante as refeições, oferecendo-os depois que a criança já tiver almoçado ou jantado.
4. Ofereça primeiro o que ele menos gosta: servir a salada antes dos outros pratos da refeição, quando a criança está com mais fome, pode ajudar a despertar o interesse pelas verduras.
Criar personagens e contar histórias são ótimos recursos para a hora da refeição (Imagem: Edu Cesar/Fotoarena / Por: Chef Luana Budel - FAMESP) |
5. Torne a refeição um momento agradável e divertido: contar histórias e fazer jogos e brincadeiras na mesa de jantar pode conquistar bastante o público infantil. Uma simples receita de macarrão com legumes pode virar uma poção mágica que dará mais força às crianças. Elas também podem se divertir enquanto tentam adivinhar os alimentos de cada receita enquanto comem.
6. Deixe a criança brincar e escolher os alimentos: convide-a a participar da feira semanal, do preparo dos pratos e da escolha do cardápio. Também deixe-a à vontade para explorar a cor e a textura dos alimentos.
7. Varie nos cortes, na preparação e na apresentação: se a criança não come brócolis refogado, tente fazer bolinho de brócolis ou colocar a verdura no arroz. Muitas crianças podem rejeitar cenoura cortada em rodelas, mas gostar de comê-las ralada, por exemplo.
8. Mantenha os alimentos saudáveis em lugares acessíveis: mantenha as frutas expostas na cozinha, ou frutas e legumes já lavados e cortados na geladeira, prontas para comer quando a criança estiver com fome, no intervalo entre as principais refeições.
9. Não ameace, obrigue ou castigue quando a criança não quiser comer: obrigar a criança a comer ou castigá-la se ela rejeitar um alimento fará com que ela tenha uma experiência negativa em relação àquele alimento, associando-o a uma coisa ruim, e até rejeitando-o ainda mais. Por outro lado, incentivar e usar a imaginação para que a criança tenha uma experiência positiva com a comida vai ajudá-la a gostar de uma alimentação saudável.
Persistência e criatividade ajudam mais do que ameaças e castigos
(Imagem: Edu Cesar/Fotoarena / Por: Chef Luana Budel - FAMESP) |
10. Não perca tempo forçando a criança a comer um alimento que ela não gosta: seu filho não é obrigado a gostar de todas as verduras e legumes que existem, é importante que aprenda a gostar de pelo menos alguns. Se ele não gosta de couve, mas aceita brócolis e espinafre, por exemplo, já está fazendo uma substituição saudável. Mas continue oferecendo todas as frutas, legumes e verduras, e caprichando na criatividade, pois o seu paladar pode mudar com o tempo.
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